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domingo, 12 de maio de 2024

Dias das Mães de merda

O Dia das Mães de hoje foi uma merda. Eu não devia ter ido. Talvez, se eu tivesse ficado em casa estaria melhor mentalmente.

Fomos ao shopping e chegamos cedo para pegar a mesa grande e redonda. Uma que todo mundo fica longe um do outro e ninguém ouve o que o outro está falando. O máximo que dá pra conversar confortavelmente é com as duas pessoas que estão à sua direita e à sua esquerda. O barulho de multidão ajuda a piorar e o cantor cantando ajuda ainda mais.
 
Fomos às 11 horas da manhã, horário com tudo fechado. As lojas só abririam as 13 horas. É muito legal ir no shopping com tudo fechado, a gente se sente um idiota, do jeitinho que eu realmente sou.
 
Na mesa, depois que todos chegaram, poucas conversas, poucos sorrisos. Parecia que todos estavam lá por obrigação e talvez estivessem mesmo. São nestes momentos que eu percebo que a minha família está quebrada.
 
Eu reconheço que hoje eu não estava para interação, mas me esforcei pra ir para ver se meu ânimo melhorava. Chegando lá, mais pessoas não estavam para interação. Meus sobrinhos depois que cresceram ficaram muitos distantes. Distantes de mim e entre eles mesmo. É como se eles não se conhecessem. Um “oi” é o suficiente e olhe lá. Eu acho estranhíssimo.
 
Não sei se é a idade ou se é o celular. O bendito amaldiçoado do celular. Objeto que aproxima os que estão longe e afasta os que estão perto.  
 
Não comi nada no almoço do dia das mãe porque não estava com fome. Tomei apenas uma casquinha McDonald´s. Então, eu saia bastante da mesa para andar. Uma hora quando voltei para a mesa, tive a impressão que algumas pessoas falavam de mim pois o assunto morreu e começaram outro.
 
Hoje nem fingir um sorriso eu conseguia. Então quando me chamaram para a foto, eu recusei.
 
Quando já estávamos indo embora, minha irmã falou algo do tipo “bla bla bla ... que você é uma pessoa com muita negatividade...”. Eu fingi que não ouvi porque não estava nem com energia para responder. Ela está errada? Não.
 
Pessoas depressivas são mesmo negativas, tristes e desesperançosas. Nenhuma novidade nisto.
 
Eu mesmo me sinto pesado. Talvez seja o fardo que eu carrego das coisas que me mandaram carregar e das infinitas coisas que eu carrego por conta própria. Às vezes acho que todos os ambientes que estou são pesados. Ou eu tenho azar ou eu sou o ser contaminante.
 
A coisa está tão difícil que talvez eu esteja despersonalizado.
 
Na semana passada, o combinado era que iríamos para uma outra cidade passar o Dia das Mães lá. Fiquei imaginando a semana inteira como seria. Criar expectativas é um grande erro que cometo de vez em quando. A imaginação sempre vai ser melhor e mais perfeita que o mundo real.
 
A realidade é muito dura e algumas eu não consigo dizer e alto e bom som, embora eu enxergue e saiba delas. O Dia das Mães foi ruim. Pode ser que a vida nos dê o que mereçamos.
 
Eduardo Franciskolwisk

terça-feira, 7 de maio de 2024

Melhorei e voltei a ficar mal

Depois de 2 semanas, vim atualizar os possíveis leitores.
 
Eu melhorei e passei uns 10 dias bem. E quando eu fico bem demais, eu já prevejo que vou ficar mal. Às vezes, acho que sou bipolar.
 
Fiquei mal no domingo, depois de ver minha mãe chorar porque quem não estava bem era ela. Eu tenho disso, sou uma esponja para coisas ruins.
 
Aí, no domingo à noite, eu ouvi um som que para mim era de uma telha caindo. Achei que fosse telhado aqui de casa desabando em mim. Ele não está muito bom.
 
Subi num lugarzinho pra ver o telhado e vi as telhas meio fora de ordem e achei que estavam mais fora de ordem do que o normal. Achei que o barulho tivesse vindo daqui e subi no sótão para tentar dar uma arrumada.
 
Subi só de cueca e chinelo velho com uma lanterna. Mexi um pouco, mas acho que não mudou muito, mesmo assim, fiquei com a sensação de que por eu ter mexido, daria alguma coisa errada numa próxima chuva. Coisas do meu TOC. Evito ao máximo mexer em coisas que estão dando certo. “Não se mexe em time que está ganhando”, dizem.
 
Saí do sótão um pouco sujo, mas sujo o bastante para ter que limpar a escada, o chinelo, o chão, a cueca, a lanterna. Enfim, o domingo à noitinha do descanso virou um cansaço mental (de preocupação) e físico (já que fiquei agachado lá em cima até quase não aguentar as pernas).
 
Na segunda-feira, acordei meio choroso e com sensação de queimação no peito. Chorei um pouquinho antes de ir trabalhar e melhorei ao longo do dia. À noite, me preparei para dormir e esqueci de recarregar o celular. Deixei ele recarregando, mas queria tirar ele da carga antes de dormir. Esperei até 1 hora da manhã. Eu brigava com o sono para não dormir e conseguir assistir uma série. Quando ele recarregou, eu coloquei um filme para dormir e acho eu já estava dormindo quando ouvi um estrondo.
 
Fui lá fora e uma telha tinha caído no quintal. Era aquelas telhas de borda. O curioso é que a telha que caiu era lado completamente oposto aonde eu tinha ficado preocupado. Aí, à 1 hora da manhã, eu estava juntado os pedaços da telha e varrendo o chão para deixar um pouco limpo. Fui dormir: eu já  tinha tomado melatonina e também o alprazolam.
 
Hoje (terça), eu não chorei quando acordei, mas chorei bastante no almoço. Um choro contido. Tudo em mim é contido. Até para chorar eu me contenho e choro em silêncio. Às vezes eu queria chorar de soluçar e fazendo barulho, mas me seguro pra não preocupar as pessoas e também para não parecer um louco descontrolado.
 
Pensando, percebi que sou contido em tudo (ou quase) o que vou fazer. Faço as coisas com medo e já pensando no pito que vou levar se der errado. Eu sofro com isto.
 
Depois, quando voltei do trabalho, chorei mais um pouco. Logo depois, eu fui me distrair com o meu vício de ver TikTok e Kwai. Ultimamente, tem sido a minha diversão e passatempo. Também acho que estou exagerando, mas quando vejo, as horas já passaram.
 
Agora estou aqui escrevendo porque escrever me relaxa. Me ajuda a ficar mais tranquilo. Talvez porque para escrever eu tenha que diminuir a velocidade dos pensamentos e focar em uma coisa. Eu queria escrever ficção e inventar histórias, mas só o que tenho a contar é como a minha vida está sendo difícil nos últimos anos.
 
Eduardo Franciskolwisk

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